sexta-feira, 22 de outubro de 2010

The best of times is now... and lots to catch up

Este será um post um longo, pois aconteceram MUITAS coisas desde o último post. Pequeno resumo para que vocês possam pular algumas partes caso não se interessem por todas:  What’s going on at University e o ínicio da minha vida como uma socialite novaiorquina; Visitas, encontro inesperado de Porto Alegre e  new friends; Broadway, 5 musicais, encontrando velhos amigos,...  a thousand good memories and one traumatizing event.

É muito comum quando se faz intercâmbio aprender algumas lições importantes. Uma coisa que eu adoro quando leio os blogs e e-mails dos meus amigos que são marinheiros de primeira viagem é ver todas essas coisas que eles vão descobrindo sobre eles mesmos, o quanto vão mudando sua forma de pensar e o quanto que vão crescendo. Eu passei por isso no meu primeiro intercâmbio. Nos intercâmbios e viagens seguintes, aprendi muito também, mas as fichas que caíram sempre foram menores do que as do primeiro.

O que eu não esperava é que cairia uma BAITA ficha no meu 4º intercâmbio, ou seja, já uma macaca velha das viagens mais diversas, vivendo na cidade que eu mais conheço e que mais me preparei para morar. (E eu prometo que toda essa filosofia vai fechar com os updates que muitos estão curiosos pra saber)

A lição veio embalada pra presente da melhor forma possível, em um musical! E em um dos meus favorites: La Cage Aux Folles. Mais informações no próximo post onde colocarei as reviews dos últimos musicais. A letra é simples, a música também, mas a mensagem é válida e fecha muito bem com a minha vida em NY:

“So hold this moment fast,
And live and love
As hard as you know how.
And make this moment last
Because the best of times is now,
Is now, is now.”

Os theatre-maniacos já começaram a cantar a música assim que leram o título. Mas seria muito egoista da minha parte não dividir a melodia e a cena com os que não conhecem. O vídeo abaixo é para aqueles que querem assistir e conhecer a música.






O vídeo é da performance do Tony Award, então claro que perde-se um pouco do contexto.

Esta é a cidade que nunca dorme. Aqui as coisas acontecem muito rápido, então é bom aproveitar ao máximo e saber que cada momento é único. E eu canso de pensar: ah, essa semana tem mil coisas acontecendo, mas na próxima já vou ficar sem ter o que fazer. Well, isso não aconteceu um dia desde que eu cheguei. Acabo sempre conhecendo pessoas interessantes dos lugares mais diversos, sendo apresentada por alguém ou randomly na rua mesmo. Isso gera convites para as programações mais diversas e assim vai. Além disso, também tem aquela coisa de ter sempre alguém chegando e alguém indo embora... 1 semana parece um mês, um mês parece um ano. Mas não porque está boring, ao contrário, porque muitas coisas acontecem.

Dizem que a natureza do universo é mudança. E de fato, aqui mudança é parte da rotina.  E por isso, a gente acaba aprendendo a aproveitar o presente, porque daqui a dois dias pode estar tudo diferente.

Vou contar um pouco dos últimos 10 dias para vocês entenderem a dinamica (e colocarei o título dos assuntos que são comentados, caso queiram pular alguma parte.

What has been going on in school:

Na quinta feira, 07/10, comecei a minha cadeira de Foundations of Coaching II. A turma seria nova, só 3 outras pessoas da minha turma original estariam nessa session. A caminho da sala, encontrei uma colega que eu não conhecia ainda que estava perdida, Tatiana, ela é da Colômbia, e aquela do pessoal da America do Sul, contamos a vida em 10 minutos, pouco depois eu comento que conheço várias pessoas da Colombia por causa de uma organização que eu trabalhei, e não deu outra, a guria é alumni da AIESEC em Bogotá.

Chegando na sala, fui super bem recebida pelas minhas colegas da primeira cadeira que tinha até guardado lugar pra mim. E entendam, uma recepção calorosa de novaiorquinos quer dizer um great deal. Da turma estava S., a original de Israel que morou a vida toda nos EUA, trabalha com imóveis, super down to earth, dedicada e daquelas pessoas que eu sei que posso ligar qualquer coisa. Li, a segunda mais nova da turma, definitivamente uma people person e a breeze of fresh air. E La, que eu havia comentado antes, que trabalha no meio da moda, ela é bem reservada num primeiro momento, mas é um amor, super disponível, com histórias interessantíssimas além de ser ULTRA chique, com ela aprendi a frase “in NY, if you even have a doubt on what to wear, wear black.” (Os nomes estão em iniciais para proteger a identidade das pessoas, visto que são pessoas públicas)

Como vocês podem ver, o networking na NYU é muito mais importante do que as aulas em si.

E aí entra o inicio da minha vida de socialite novaiorquina...

A La tem uma organização, que eu já devo ter comentado antes, que uma vez por mês ela recebe um grupo de 20 gurias da alta sociedade daqui para assistir uma palestra de alguém importante tipo: Martha Steward, Tory Burnch, etc. Quando conheci ela lá em setembro, eu pensei que seria muito legal ir no evento, mas não achei que conseguiria pois trata-se de um grupo bem fechado.

No primeiro dia da nossa segunda cadeira, ela comentou da possibilidade de eu ir, mas não para assistir, e sim para dar uma palestra sobre PNL. Pegou o meu contato e ficou de me mandar um e-mail. No dia seguinte recebo um convite dela para um charity event. Super selecionado numa galeria de arte no Chelsea, que as gurias que estão na organização dela estão preparando.  E será ótimo para networking além de que a charity é em algo que eu realmente acredito: Public Performing Art Schools. Será no dia 08/11! Quanto a palestra, ela ainda está vendo as datas, mas estarei lá no evento na casa dela como convidada mesmo na próxima semana.

Visitas e new friends...

Vamos em ordem de datas para não deixar o post caótico. Na sexta feira, 09/08,  a noite, não queria sair, pois tinha muitos trabalhos para terminar no sábado de manhã, já que minha amiga de Hong Kong, Betty, chegaria à cidade no sábado de noite. Então, como não tinha grandes planos, resolvi assistir um musical: La Cage. Até porque faz parte da minha procrastinação.

Eu, Lucrecia, Javier e Mariano no Life Café
Ao meu lado estavam sentados Lucrecia, Mariano e Javier, 3 argentinos que se tornaram meus grandes amigos - sim, coisa mais normal fazer amigos no teatro aqui, desde que seja antes, no intervalo ou na saída do teatro, durante a peça não é permitido se comunicar (comigo, pelo menos)!!

Afinal, onde mais eu vou encontrar pessoas que saibam todo o libreto de mais de uns 100 musicais. No decorrer da estada deles em NY nos encontramos várias vezes, ou seja, to hablando tri bem agora! Foi tri diver! Theatre jokes all around e músicas o tempo todo, e das mais diversas. Com isso, também acabamos fazendo mil atividades que vou contar daqui a pouco. E aproveito para destacar que para o povo do teatro musical, a rivalidade entre Argentina e Brasil não existe!

O primeiro encontro inesperado de Porto Alegre...

No Sábado à noite, minha amiga Betty, de Hong Kong, tinha acabado de chegar de viagem. Aí depois que ela fez o check in no Big Apple Hostel =] fomos jantar em um pequeno restaurante de comida mediterrânea no Hell’s Kitchen. E mind you, não é uma região muito popular com turistas. Estamos lá sentadas, conversando, quando entra um casal, que me parece um tanto familiar, e eu penso: “Bahhhh, mas esse cara é muito parecido com um primo meu”.

Aí eu fiz o que qualquer pessoa faria, liguei para a minha mãe que sabe da vida de todo mundo, e ela me informou que sim eles estavam em NY. E de fato era o Fernando e a Perla.


I mean, what are the odds?! Num restaurante pequeno, numa zona não turística de NY eu encontro logo os meus parentes de Porto Alegre?! Foi divertidíssimo!

O discurso tá pronto já!
Agora uma curiosidade que gerou muitas risadas: eles estavam alugando um apartamento que era de um produtor de cinema, creio. Então tinham livros, cartazes, fotos, etc que eram interessantíssimos. E pra completar, não é que tinha um Emmy (prêmio tipo o Oscar mas de Televisão) exposto lá?! Eu acho que falei 30 mil vezes que se estivesse lá faria discursos umas 3 vezes por dia. Adorei o brinquedinho!!

E por falar em encontros inesperados, dois momentos Dear Old Friends: na terça a noite, depois da minha aula fui esperar a Lucrecia sair do A Little Night Music, e vejo que o Stephen Buntrock está agora no lead role do musical. Logo que vi o cartaz, pensei “O Peter Lockyer certamente vai vir assistir a peça em breve, afinal eles são muito amigos”. Poucos minutos depois, o povo começa sair do teatro e quem eu encontro?! Faziam três anos desde a última vez nos encontramos. Eu conheço o Peter desde que eu tinha uns 15 anos, nos tempos de Les Mis, e ele é o meu 1 grau de distância da Barbra Streisand! Ele foi um dos 4 tenores que cantou com ela no tour pela Europa (eu passei boa parte da minha viagem em Israel trocando e-mail com ele para conseguir ingressos pro tour).


O segundo encontro com uma dear old friend, foi sábado passado. Encontrei uma colega minha de High School, Alda, depois de 10 anos!  Ela agora mora no queens! De Los Banos para o mundo! Ela era da minha turma de Português 5, onde eu era a Teacher Assistant e não fazia absolutamente nada além de dar mais nota do que deveria para  os meus amigos... ahhh good times.




No Domingo, 10/10, recebi a visita da Aliyah e era a despedida do meu amigo Anthony que estava voltando para a França. Então, como a pessoa boemia que eles acham que eu sou (mas na verdade sabemos bem que eu prefiro mais um bom musical), levei o pessoal no Standard Hotel, que é um dos meus lugares favoritos, e para o 1OAK, que aparentemente era quase impossível de entrar, mas com os meus contatos não pegamos nem fila. A Aliyah disse que agora eu já sou uma real new-yorker.

Bom, mas festas a gente tem praticamente igual em todos os lugares do mundo. O que é diferente é que com a visita da Betty, e os argentinos isso acabou gerando algumas atividades interessantes durante a semana... foram 4 musicais, alguns passeios turísticos, algumas festas, e muitas risadas e piadas musicais. O grupo era todo da classe artística, então cenas como estas acabavam sendo muito comuns:

That Jazz


Grand Plié - para quem ficou boiando no post de dança
Tondue

Um pouco de Ópera também, né? Valkiria

Enfim, tudo era desculpa para uma música ou uma coreografia. Bom, mas voltando aos passeios turísticos, destaco 2 coisas que fizemos:

Igreja Gospel: Mas não a boa, nos a apelidamos  carinhosamente de trashy gospel church. A boa estava lotada, aí um cara mal encarado na rua disse para irmos para uma outra na rua 132 (neste momento o Javi se vira para mim e fala baixo: "e está foi a última vez que viram os 3 argentinos e a brasileira"). Chegando lá, era uma garagenzinha menor que meu apartamento, com 5 pessoas, 2 mulheres corpulentas cantando com a voz mais grave do que um barítono a seguinte frase “Oh He ain’t got to do it, be He did” e essa era a letra da música, que virou a piada interna, até porque pode ser aprlicada a qualquer situação. Além da ausência total de ritmo da senhora com o pandeirinho.

Meu objetivo da viagem agora é voltar lá todo o domingo e treiná-los: 1) afinar o piano que tava desafinado, 2) mudar o tom da música, porque não tem porque ser tão grave, e 3) ritmo!!!!! Então chegamos a seguinte conclusão: de duas uma, até que os argentinos voltem pra NY ou o pessoal da igreja vai estar super bem, ou eu vou ter perdido total noçao de ritmo e tons musicais.

Como vocês já podem ter percebido, piadas internas é o que mais teve. Pelo título e música tem deste post, vocês já podem notar que a minha mais nova obsessão musical é La Cage! Casualmente a deles também foi. E por isso, nada mais natural do que querer cantar  em todos os momentos The Best of Times is Now, We are what we are, La Cage aux Folles e por conseqüência Keep it Gay do The Producers, que acaba levando a todo outro repertório (I miss the Producers).

E o que mais fazíamos era soltar quando em momentos de revolta o monólogo do Jacob, um clássico, ainda mais com o sotaque latino do Robin de Jesus no papel. Infelizmente só decoramos “If you think that I will..... then you got another thing coming!”. A parte do meio se perdeu in translation.


Life Café!

Com um grupo tão into musical, claro que aproveitei a oportunidade para finalmente conhecer o Life Café: lugar onde Jonathan Larson frequentava e se inspirou para escrever Rent, além de ser o cenário de uma das minhas cenas favoritas do musical, La Vie Boheme.

Coreografia original com o elenco slighly reduced

Jonathan's Bench
Livro de registro
E no caminho passamos pelo flea market! Eu vou acreditar que é o que o Angel comprou o casaco pro Collins, tá?! :)


E last but not least das atividades turísticas: patinação no gelo também conhecida como 

O Momento Traumático!

Segunda feira, 18/10: Estava tudo acontecendo como tinha que acontecer. Acordei cedo, terminei meus papers a tempo de ir encontrar o pessoal no Rockefeller Center, que é um lugar tão lindo para patinar. E como todos os turistas concordam com isso, gera-se uma super lotação. Long story short, tivemos um pequeno incidente na pista. Eu cai e torci o pulso, nada super sério, mas estou com ele imobilizado por alguns dias. E claro que mesmo  dias depois do acidente, continua sendo um motivo para risadas para os locais e os que não estão aqui, vide a foto que me taggearam no facebook e a sua legenda. Para aqueles que não tem acesso a cópia abaixo.

"Miriam y su aclamada "Little Mermaid on Ice" (notese que le estan pidiendo un autografo)" By Mariano
Cenas engraçadíssimas foram criadas por causa disso também, afinal mesmo com um braço a menos eu continuei tendo que ir na lavanderia carregando uma trouxa de roupa, fazendo o rancho da casa entre outros... enfim, um tanto interessante.

Encerrarei o post por aqui, pois já tá bem grandinho. Fico devendo para o próximo o show da Jane Monheit, Museu do Sexo com Carina e Anthony e as Broadway reviews: Phantom, La Cage, Next to Normal, Promises Promises, Adams Family, Avenue Q.

Semana que vem já tem algumas atividades bem interessantes marcadas. E Halloween next weekend! 


Beijos!


Para quem quiser ver as fotos desses últimos passeios, fica aqui o álbum do Picasa.

Columbus day weekend e semana seguinte

3 comentários:

Michel disse...

Bem...o que dizer depois de um post tão longo e cheio de atividades??
1) fico feliz de ver que tu tá tão bem aí a ponto de deixar as coisas ruins daqui pra trás...a vontade que tenho (e acho que falo por muitos de nós) é de pegar o passaporte e me tocar pra NY,
2) o braço vai ficar bom logo!
3) saudade tua, Miri!!!
Beijos!

Ione disse...

Agora eu entendi porque o novo post estava demorando tanto
Beijos

Melina disse...

destaque para:
- "durante a peça não é permitido se comunicar (comigo, pelo menos)". adorei!!
- "TRASHY gospel church" HAHAHAHAH
- a legenda da foto (muito engraçada)

sabe, eu não sou lá muito fã de musicais. mas vendo o quanto tu curte deu muita vontade de conhecer mais sobre o assunto! :D :D

alias, posts longos e bem explicadinhos FTW! :D
adoro muito.

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